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Urano

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Urano foi descoberto pelo compositor e astrônomo William Herschel em 1781, enquanto ele vasculhava o céu com seu telescópio no quintal de casa. O que nós não contamos direito foi como o astro finalmente foi batizado — depois de ter passado 70 anos sendo chamado com um nome diferente.

De acordo com Debra Kelly, do portal Knowledge Nuts, inicialmente, Herschel — que nasceu na Alemanha, mas se naturalizou britânico — pensou que havia descoberto um cometa. Cálculos posteriores revelaram que se tratava de um planeta e Herschel recebeu o crédito pela sua ilustre descoberta.

“A good name is better than precious ointment.” —Ecclesiastes 7:1

Segundo Debra, na época em que Urano foi descoberto, embora outros planetas tivessem recebido os nomes de divindades da mitologia romana — como Júpiter, Vênus, Mercúrio e Saturno —, o sistema oficial para nomear planetas ainda não havia sido estabelecido. Assim, com o apoio da Real Sociedade de Londres, Herschel decidiu homenagear o regente de então, o Rei George III da Inglaterra, chamando o astro de “Georgium Sidus” ou “Planeta Georgiano”.

 

Herschel, conforme contamos no início da matéria, era compositor, e a música era sua principal atividade, ocupando boa parte de seu tempo. No entanto, o que ele curtia mesmo era a astronomia — e esperava que a homenagem lhe rendesse frutos. E não é que rendou mesmo?

De acordo com Debra, Herschel foi nomeado como astrônomo pessoal e oficial da Família Real e chegou a ser instalado no Castelo de Windsor. O salário do astrônomo não era lá grande coisa, mas permitia que ele pudesse, enfim, se dedicar integralmente ao que gostava. Mas voltando ao assunto de “Georgium Sidus”...

Embora o rei da Inglaterra tenha ficado satisfeito com a homenagem celeste, nem todo mundo gostou do nome escolhido para o astro. Afinal, Georgium Sidus não combinava com as denominações dos demais componentes do Sistema Solar, e o astrônomo alemão Johan Bode, o primeiro cientista a detalhar a órbita do planeta, propôs um rebatismo.

Bode sugeriu que o mesmo padrão baseado em nomes de divindades fosse seguido, e indicou “Ouranos”, o deus grego — e não romano, como no caso dos demais planetas — do céu, pai de Cronos, dos Titãs, dos Ciclopes e avô de Zeus, como candidato. No entanto, o nome, que hoje é grafado como Urano, não pegou de imediato, e se passaram cerca de 70 anos até que ele fosse finalmente adotado mundo afora.

Urano é o sétimo planeta do Sistema Solar — a partir do Sol — e fica a 2.870.972.200 de quilômetros de distância da nossa estrela. Além disso, ele é o terceiro maior planeta e o quarto com maior massa e, basicamente, pode ser descrito como uma esfera gigantesca de líquido e gás. Aproximadamente 80% da massa de Urano é composta por uma mistura fluida de gelos de metano, água e amônia, e em sua atmosfera também é possível encontrar hidrogênio e hélio.

Com respeito ao núcleo, acredita-se que ele seja rochoso e que tenha mais ou menos o tamanho da Terra, e Urano conta com a configuração planetária mais curiosa do sistema solar. Isso porque ele conta com um eixo de rotação que fica inclinado para o lado, o que faz com que seus polos fiquem situados onde normalmente se encontra o equador dos demais planetas.

Urano orbita ao redor do Sol “de ladinho”, com o eixo de seu giro apontando quase que diretamente para a estrela. Essa estranha configuração faz com que o planeta apresente estações do ano pra lá de extremas e com duração de cerca de 20 anos cada uma. Além disso, cada ano de Urano corresponde a 84 anos terrestres, o que significa que o planeta leva mais de 30 mil dias terrestres para completar uma volta ao redor do Sol.

Aliás, durante esses 84 anos, cada polo fica apontado para o Sol por 42 anos, ficando outros 42 em completa escuridão. Portanto, não é de se estranhar que Urano tenha a atmosfera mais fria do Sistema Solar, com temperaturas mínimas que chegam a – 224 °C!

E isso não é tudo: quando os raios solares atingem as regiões que permaneceram na escuridão por muito tempo, ocorre um aquecimento da atmosfera que desencadeia a formação de tempestades monstruosas com ventos que podem alcançar os 900 quilômetros por hora.

Urano, como Saturno, também possui anéis, dois conjuntos só para ele, somando um total de 13 anéis! O conjunto mais interno é composto principalmente por anéis mais finos e escuros, enquanto o mais externo é formado por dois anéis coloridos, um azul e o outro vermelho.

Além disso, Urano possui — até onde se sabe — 27 luas e, em vez de terem recebido nomes inspirados em divindades da mitologia grega ou romana como de costume, elas foram batizadas com nomes de personagens criados por Willian Shakespeare e Alexander Pope, como Miranda, Oberon, Puck e Ariel. A maioria consiste em astros congelados com superfícies escuras, com exceção de Miranda, que possui cânions de gelo e encostas em seu terreno.

  • Urano foi o primeiro planeta do Sistema Solar a ser descoberto com a ajuda de um telescópio;

  • Urano completa um volta em torno de seu próprio eixo a cada 17 horas e 14 minutos, e sua rotação ocorre de leste a oeste, ou seja, no sentido contrário da maioria dos demais planetas do Sistema Solar;

  • A velocidade orbital de Urano é de 6,6 quilômetros por segundo;

  • Os 13 anéis que compõem os dois conjuntos que circundam Urano são identificados por números e símbolos gregos como α, β, η, γ, δ e λ;

  • Urano é o segundo planeta menos denso do Sistema Solar, vindo depois apenas de Saturno;

  • A única espaçonave a voar próximo a Urano foi a Voyager 2 da NASA que, em 1986, passou a 81,5 mil quilômetros de distância do planeta.

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